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Um abraço apertado

quarta-feira, 11 de junho de 2014
Assim que a viu, ele desviou o olhar. Teve medo de ser ignorado, mas acabou ignorando ele mesmo a possibilidade de um abraço.
Sentou-se na primeira cadeira que viu, do mesmo jeito que fazia no seu tempo de escola, em que nos primeiros dias, por timidez, sentava na frente da sala e não olhava pra trás, com medo de enfrentar os olhares dos outros. Agora, crescido, talvez ele não fosse mais tão tímido, mas ainda cometia os mesmos erros.
Os segundos foram poucos, até que ele ouviu um barulho atrás dele. Seria ela? Não teve tempo pra pensar, mas já havia pensamentos pensados antes. Ele não esperava encontrá-la ali, achava que estavam brigados, pois não entendia ela, afinal, quem é que entende as mulheres? No meio segundo em que pensou em fazer alguma coisa, foi interrompido por um forte abraço. Um sorriso se fez em seu rosto e a vontade de retribuir o abraço, aquele mesmo que ele tinha perdido a chance de ter ao entrar na sala. Ela reclamou disso, e com toda a razão.
Depois de tantos desencontros, talvez ele tenha perdido a confiança em si próprio. Depois de tanto tempo, as coisas mudam. Os sentimentos são outros. Mas o abraço, este que tiveram, foi o mesmo que ele esperara há algum tempo. Ele não sabe muita coisa da vida, mas o que ele sabe é que um abraço é a melhor coisa que ele pode ter dela.
Imagem: http://santanakary.spaceblog.com.br