Principalmente nessa época de frio do Sul, seu Pereira sempre ouvia dizer que o frio é psicológico. Ele sempre pensava numas boas repostas para isto.
- Psicológico é tua bunda! - Mas só pensava mesmo, pois ele era muito reservado e não falaria palavrão para desconhecidos ou conhecidos recentes. Ele não entendia como algumas pessoas na rede mundial de computador - vulgo internet - dizia essas coisas. Vai ver elas não conheciam o Sul do Brasil. Vai ver elas não conheciam os corredores da Unioeste. Talvez por isso.
Foi pensando e divagando (o que é a mesma coisa) que ele foi ao psicólogo. Foi não pra isso, mas foi sei lá pra que.
- Jogar dinheiro fora, seu Pereira?
- Quê? - retrucou ele, que já tinha seus 45 anos (esqueci de dizer no início deste conto).
- O senhor acha que veio jogar dinheiro fora comigo?
- Não doutor, isso é outra coisa, bla bla bla, bla bla, bla bla...
Eles conversaram um tantão, Pereira conseguiu sair da crise linguística em que estava até que tocou na mania louca que os usuários da vulgo internet tinha de dizer:
- Bla bla bla, e o frio é psicológico.
Neste momento, Ronaldo (este é o nome do psicólogo - esqueci de dizer antes) concordou com o fenômeno.
- Quê? Latiu seu Pereira.
- Concordo com isso. Eu como psicólogo concordo que o frio é psicológico.
- Mas desde quando, Ronaldo. Você também acha isso?
- Não só isso, mas também que com hospitais não se faz Copa.
- Quê? Latiu de novo seu Pereira, confuso.
- Bla bla bla, bla bla, bla. - Ronaldo se explicou, falou nas teorias de Freud e Fróid, além de citar uma vez, sem lógica, a música do Roberto Carlos.
Seu Pereira pensou que tinha jogado dinheiro fora, e ficou por isso mesmo. Saiu do consultório meio tonto, mais do que estava antes de ter entrado. Foi pra casa.
- E aí, mô, como que foi? - Perguntou sua esposa (sim, mesmo depois de anos de casados, eles ainda se chamam de mô).
- O psicólogo disse que o frio é psicológico.
- Ele também acha isso?
- Achava!
- Por quê?
- Antes de sair, o amarrei no divã com prancheta e tudo e liguei o ar condicionado nas últimas paradas. Joguei gelo sobre o consultório todo. Aquele psicólogo vai aprender a ser gente. Gente como a gente. Vai parar de frescuras.
No dia seguinte, a cidade de Friorianópolis não tinha mais um profissional que cuidasse da psicologia, pois Ronaldo foi viver nas montanhas do Himalaia, onde conheceu Jandira, outra psicóloga frustrada com as incertezas da vida. Matemática pura: mais com mais e menos com menos é igual a mais. Jandira está grávida de gêmeos.
- Psicológico é tua bunda! - Mas só pensava mesmo, pois ele era muito reservado e não falaria palavrão para desconhecidos ou conhecidos recentes. Ele não entendia como algumas pessoas na rede mundial de computador - vulgo internet - dizia essas coisas. Vai ver elas não conheciam o Sul do Brasil. Vai ver elas não conheciam os corredores da Unioeste. Talvez por isso.
Foi pensando e divagando (o que é a mesma coisa) que ele foi ao psicólogo. Foi não pra isso, mas foi sei lá pra que.
- Jogar dinheiro fora, seu Pereira?
- Quê? - retrucou ele, que já tinha seus 45 anos (esqueci de dizer no início deste conto).
- O senhor acha que veio jogar dinheiro fora comigo?
- Não doutor, isso é outra coisa, bla bla bla, bla bla, bla bla...
Eles conversaram um tantão, Pereira conseguiu sair da crise linguística em que estava até que tocou na mania louca que os usuários da vulgo internet tinha de dizer:
- Bla bla bla, e o frio é psicológico.
Neste momento, Ronaldo (este é o nome do psicólogo - esqueci de dizer antes) concordou com o fenômeno.
- Quê? Latiu seu Pereira.
- Concordo com isso. Eu como psicólogo concordo que o frio é psicológico.
- Mas desde quando, Ronaldo. Você também acha isso?
- Não só isso, mas também que com hospitais não se faz Copa.
- Quê? Latiu de novo seu Pereira, confuso.
- Bla bla bla, bla bla, bla. - Ronaldo se explicou, falou nas teorias de Freud e Fróid, além de citar uma vez, sem lógica, a música do Roberto Carlos.
Seu Pereira pensou que tinha jogado dinheiro fora, e ficou por isso mesmo. Saiu do consultório meio tonto, mais do que estava antes de ter entrado. Foi pra casa.
- E aí, mô, como que foi? - Perguntou sua esposa (sim, mesmo depois de anos de casados, eles ainda se chamam de mô).
- O psicólogo disse que o frio é psicológico.
- Ele também acha isso?
- Achava!
- Por quê?
- Antes de sair, o amarrei no divã com prancheta e tudo e liguei o ar condicionado nas últimas paradas. Joguei gelo sobre o consultório todo. Aquele psicólogo vai aprender a ser gente. Gente como a gente. Vai parar de frescuras.
No dia seguinte, a cidade de Friorianópolis não tinha mais um profissional que cuidasse da psicologia, pois Ronaldo foi viver nas montanhas do Himalaia, onde conheceu Jandira, outra psicóloga frustrada com as incertezas da vida. Matemática pura: mais com mais e menos com menos é igual a mais. Jandira está grávida de gêmeos.
Ronaldo e Jandira. Imagem: http://smallog.blogspot.com.br |