Falta energia no bairro e acabo percebendo que sou basicamente dependente dela. Não há o que fazer, nem mesmo verbalizar um "haja luz", pois pra isso, precisaria escrever algo no computador... sem energia elétrica não dá.
Sem motivo algum. Não havia chuva, não havia acidente de automóvel nas redondezas. Simplesmente, cortou-se a corrente e a escuridão só não foi maior porque já era dia. Manhã de 22 de abril de 2015.
E agora, José? A luz acabou. E acabou mesmo. José sai do quarto, onde estava entretido com o Youtube (este serviço é quase uma entidade personificada) e vai pra sala, pensando em ver um pouco de Tv. Aliás, faz tempo que não vê um programa televisionado. Pega o controle remoto e em vão, tenta ligar o aparelho.
José sou eu. Este caso aconteceu hoje pela manhã. Não há energia, criatura. Tv não funciona mesmo. Saio de fininho e vou para o banheiro pensar. Estava com tanta vergonha que nem penso em ligar a luz. Me olho no espelho. O espelho olha pra mim. De repente vem um sorriso sem graça: lógico que você não pensou em ligar a luz, né?!
Volto pro meu quarto. O computador, triste no seu canto, sem brilho na tela, sem som das ventoinhas (dissipador, eu acho). O que fazer? Ah, vou tocar baixo. Semana passada investi algumas economias num cubo. O baixo olha pra mim com cara de quem não quer sair da parede (ele fica pendurado lá). O computador ali, mediando a situação. Eu quase acariciando o cubo, procurando a tomada dele, até que... Pois é, também não ia funcionar.
Para concluir, de um simples modo de ligar as luzes nas cidades contemporâneas iniciais, a energia se tornou algo indispensável e, até mesmo, básico para o nosso dia a dia. Estou usando ela agora pra escrever isso.
Imagem: http://www.area14.com.br
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