Num certo período de 2012, eu ia à universidade olhando para o céu. Não, não fazia nenhuma prece no caminho nem esperava alguma benção cair de lá, mas se caísse, seria bem vinda. Olhava para o céu porque havia e há muita beleza nele.
O sol no seu momento de glória, nascendo, fazendo luz nas nuvens, deixando-as vermelhas, amarelas, alaranjadas, de todas as cores; as próprias nuvens com suas diversas formações, às vezes parecendo até a um grande mar de cabeça para baixo.
Imagem: arquivo pessoal |
E as observações não pararam por aí. Por exemplo, quem é que fica quase trinta minutos observando uma pomba? Eu que não sou esse louco, mas já fiquei quase dez, era "filhote" ainda e estava aprendendo a voar com a sua mãe. Eu tinha muitas atividades para fazer, textos para ler, exercícios do estágio para corrigir, mas me dei um tempo de tudo isso só para observar. Tudo bem que depois acabei me ferrando em algumas coisas, mas valeu a pena.
Imagem: arquivo pessoal |
Só que não observava apenas por observar, mas pra pensar também. Os banhos já não eram suficientes, as minhas caminhadas até a universidade, olhando para o céu e para frente ao mesmo tempo, serviam como momentos de reflexão, mesmo involuntária. Nesses pensamentos, pensava (obviamente) em muitas coisas, até nas que não existem. E num momento desses, acabava decidindo fazer coisas certas, e erradas (essa virgula é aí mesmo, indica pausa).
Para concluir esses períodos de reflexão, cheguei a conclusão de que a vida não é apenas curta, mas complemento que momentos são passageiros, o que passa não volta nem se repete e o que se perde, dificilmente se encontra de novo. O orgulho é filho caçula da burrice e a timidez é uma droga. O que vivemos hoje não é um ensaio para o amanhã, é uma peça em execução constante, devemos fazê-la do melhor jeito.
Talvez o único problema de minhas observações seja o de que elas nunca passem disso: de simples observações.