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Um abraço virtual

quarta-feira, 14 de maio de 2014
Estamos vivendo numa época em que a comunicação global definitivamente é global. Até mais que isso, visto que estamos enviando sondas pelo espaço com informações sobre nossa população e vida aqui na Terra, pois se algum plutaniano ver nossa nave, eles saberão de quem são e como são esses seres terráqueos.
Essa globalização, como todo mundo sabe, fez com que João, aqui do Brasil, conhecesse Martha, lá do Canadá. Fez com que pessoas distantes se unissem, se conhecessem e reconhecessem. Mas nem tudo está tão bom, pois esta mesma tecnologia que está unindo gentes também está separando pessoas.
Este é o outro lado da coisa. Eu sei que o presidente dos Estados Unidos estava espionando o Brasil, mas não sei que meu vizinho está com problemas familiares. Pior que isso, não sei como o meu melhor amigo de infância está. Não sei o que sentem as pessoas que me cercam. E qual o motivo disso? Eu me preocupo mais com o mundo (no plural) do que com o meu singular mundo e com seus habitantes.
Do que adianta ter mil contatos nas redes sociais, se pessoalmente não se conhece nem metade e, às vezes, quando se encontram na rua, fingem não se ver, pois não saberiam o que falar frente-a-frente. Não se pode abraçar pelo computador. Beijos não se dão com palavras. Carinho em letras é pouca coisa. Somos seres de múltiplos sentidos. Precisamos ver o outro, sentir seu cheiro, tocá-lo, abraçá-lo - isso nem mesmo o promissor cinema 4D poderá se igualar.
Um abraço virtual
Imagem: http://orkutlife.blogspot.com.br
Pra finalizar, eu gostaria de falar de algo que aconteceu ontem comigo. Pela manhã, quando entrei no Facebook, vi uma notificação que dizia que uma amiga estava de aniversário. Prontamente, lhe desejei um excelente dia e tudo mais que desejamos para os aniversariantes. À tarde, fui para universidade, pois haveria uma palestra (citada na postagem anterior O papel social do curtir). Ao final da palestra, nos corredores da universidade, me encontrei com essa amiga e apenas acenei. Quando cheguei em casa e percebi que ela tinha curtido minha mensagem para ela, lembrei que ela estava de aniversário naquele dia. Com isso percebi que estamos associando coisas apenas ao meio social. Um "feliz aniversário" está restrito à mensagem na rede. Não podemos pensar assim, um feliz aniversário é bom mesmo acompanhado de um abraço e de um beijo. Com certeza, esse é o melhor presente que a pessoa pode receber.
Depois disso, consegui falar com ela e prometi que da próxima vez que nos vermos, darei esse abraço. É uma dívida que assumo e que devo pagar. Quem é que não gosta de um abraço?