Era pura enganação, mas como todos, só ficamos sabendo no final. O ano exato era 2006, mas sem uma data próxima da real, até porque não estávamos com calendários e nessa época não tínhamos celulares como hoje todos temos. Eu era o mais novo da turma. Novo só em relação a eles, pois eu já me achava velho e experiente. Conhecia a vida, a vida que eu imaginava que era. Não a vida que é. Até hoje não sei exatamente o que é viver. E só fiquei sabendo que não sei depois que consegui sair da ilha. Quando a vimos pela primeira vez, alguns colegas meus gritaram e o que pude entender e comprovar foi que tínhamos caído em La isla bonita.
De bonita só tinha a ilha e o nome dela. Tínhamos caído na escuridão. O sol brilhava forte, mas a escuridão invadia a alma dos sobreviventes. Eu preferia manter os olhos fechados, esperando aquilo tudo acabar. Mas não era sonho, nem mesmo um pesadelo. Três dias depois, os corpos já tinham sido enterrados e as esperanças também. La isla bonita nos tinha. Éramos os seus hóspedes, mas não por muito tempo.
Cinco anos depois eu ainda sonho com aquele dia, o último nela. La isla cantava feliz, parecia que estava mesmo querendo que fôssemos embora. Ela nos ensinou a lição que todos precisávamos aprender. Não nos tirou do topo, mas mostrou que nunca estivemos lá. Mostrou que somos simples seres habitando um complexo mundo. Que não somos mais que o pó da terra. Mas diferente de como ficaram os meus colegas, eu não me deixei abalar totalmente com o que la isla queria que pensássemos.
Quando o helicóptero me erguia e me fazia ver todo o contorno de la isla, percebi que ela estava errada em uma coisa. Percebi que nosso corpo sim pode ser a mesma coisa que o pó, mas não somos apenas corpo, pois um corpo não se move sozinho. Ela pode ter enterrado os que morreram quando caímos nela, mas não conseguiu segurar o que animava aqueles seres. Temos uma alma também, temos um espírito que nos anima e que nos faz literalmente viver.
Hoje, após pensar mais uma vez nisso, me dei conta que aprendi de fato o que é viver e que la isla, mais uma vez, me mostrou isso. Ao nos fazer crer que éramos tal como o pó, ela queria que superássemos essas convencionais barreiras. Ao vê-la cada vez mais longe no horizonte, ela comprovava que somos seres e vivos, não apenas seres.
Quando o helicóptero me erguia e me fazia ver todo o contorno de la isla, percebi que ela estava errada em uma coisa. Percebi que nosso corpo sim pode ser a mesma coisa que o pó, mas não somos apenas corpo, pois um corpo não se move sozinho. Ela pode ter enterrado os que morreram quando caímos nela, mas não conseguiu segurar o que animava aqueles seres. Temos uma alma também, temos um espírito que nos anima e que nos faz literalmente viver.
Hoje, após pensar mais uma vez nisso, me dei conta que aprendi de fato o que é viver e que la isla, mais uma vez, me mostrou isso. Ao nos fazer crer que éramos tal como o pó, ela queria que superássemos essas convencionais barreiras. Ao vê-la cada vez mais longe no horizonte, ela comprovava que somos seres e vivos, não apenas seres.
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