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Lost

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Que seriado fantástico!!! Que obra prima!! Sei que ela foi exibida faz um tempão, mas só no último mês foi que eu assisti ao seriado e, simplesmente, gostei muito. Estou sem palavras para descrever essa série. Parece que qualquer coisa que eu diga não será suficiente para descrever essa obra. Esse texto não contém spoilers.

Banner de Lost
Imagem: ABC


Descobri agora a pouco que eu não gosto de assistir seriados. Já explico. É difícil eu ver seriado novo (ou velho, neste caso). Para alguém fazer eu ver um, a pessoa tem quase que implorar, ou até me pagar. Então, não sou o melhor crítico desta arte. Não tenho a menor vontade de ver The Walking Dead ou Game of Thrones, por exemplo. Não tenho mesmo. Era assim também com Lost. Via as propagandas na Globo e a ideia de alguns perdidos numa ilha não me agradava. Além disso, fiquei sabendo que alguns náufragos, quando conseguiram sair dela, queriam voltar. Cadê a lógica nisso?? Eu pensava.

Mas no início de novembro, as coisas estavam pra mudar. Mal sabia eu que naquele mês, o perdido seria eu. E digo mais: minha vontade de estar na ilha seria constante. Desde o primeiro episódio da primeira temporada até o último, da sexta, foi uma experiência incrível, onde nos sentíamos, de fato, perdidos.

Dentre os mistérios apresentados na obra, os problemas dos personagens, os flashback e flashforward que às vezes nos deixava mais perdidos ainda, o que me chamou a atenção foi a perfeição do enredo. Eu, que me achava escritor, e estava até pensando em me adjetivar com isso, desisti da ideia. Os roteiristas estão de parabéns, fizeram uma série onde praticamente tudo era retomado. Algo que acontecia no primeiro episódio e ficava sem resposta a série toda, lá nos minutos finais do último episódio, era solucionado.

E o final, que surpreendente e arrebatador. O fato é que os perdidos éramos nós. E esse final fez-no ver o que realmente estava acontecendo. Infelizmente, algumas pessoas não entenderam o final e continuaram náufragos. Pelo que pesquisei na internet, muita gente ficou boiando.

Alguns queriam respostas para perguntas que não tinham muita importância. Não é importante saber porque tinha um urso polar numa ilha tropical. Esse não era o foco da série. E qual era então? Talvez não tenha havido apenas um foco, ou, talvez, a questão de tudo era fazer o expectador refletir sobre tudo. Tudo mesmo. É uma obra audiovisual que extrapola a tela da TV e nos faz refletir sobre o mundo que vivemos e a vida que levamos.

Quem sabe, todos nós precisássemos cair numa ilha e ficar um tempo nela. Assim perceberíamos que estávamos perdidos a vida toda e apenas quando caímos nela, foi que nos encontramos. Acho que isso foi o que aconteceu com os personagens. Todos eles estavam perdidos antes de cair naquela ilha.

Ontem, vi o último episódio e estou agora sem saber o que fazer. É como se toda a aventura que vivi na ilha tivesse acabado, igual quando voltamos de uma viagem muito boa e nos sobra apenas a televisão de casa para ver o mundo de fora. Bom, mas como eu disse, e creio que muita gente já disse isso, a série extrapola o cênico, o ficcional e vem para o mundo real. Que eu possa trazer isso pra mim também. Que todos nós possamos fazer isso. Que a ilha seja as nossas relações com o próximo. Que em cada nova amizade, possamos nos encontrar de verdade com as pessoas. Que a cada contato, possamos ser sinceros, principalmente, com nós mesmos. Que as máscaras, algumas necessárias por algum tempo, saiam de nossas caras para que possamos nos reconhecer e conhecer as pessoas a nossa volta. Que no fim de nossa jornada, quando formos resgatados, não seja tarde demais para nos encontrarmos e deixarmos de estar... perdidos!!