Nunca fui de me apaixonar. Quem me conhece muito bem sabe que estou mentindo quando digo isso. Mas talvez as coisas tenham mudado desde que me mudei pra cá.
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Eram três da tarde de um dia como qualquer outro quando percebi que alguém me faltava. E Brenda...
Quem era Brenda? Por que ela não me saía da cabeça? Seria mais uma de minhas idealizações como Fer foi? Mas não havia comparação, pois era Brenda a única que eu pensava.
Caminhei mais algumas ruas, era sábado. Vi algumas pessoas. Ouvi sorrisos vindo das casas. Automóveis correndo. O vento que não balançava as árvores. A pressa que não existia. E Brenda.
Liguei uma música no meu celular. Continuei andando. Tudo desapareceu, os sons, as pessoas, o vento, menos Brenda.
Antes de vir pra cá, nos víamos todos os dias, eu e ela. Primeiro, eram só olhares. Porém, depois, tomei coragem e falei algumas coisas pra ela. Nos tornamos amigos, rimos muito. Fui alguns sábados na casa dela. Éramos as pessoas na rua. O vento balançavam os cabelos dela. Corríamos para ver se chegávamos primeiro que os automóveis em um ponto. Éramos apressados em viver aquilo.
Quando foi que eu a perdi? Sempre víamos as mesmas coisas. Ouvíamos as mesmas músicas. Um dia, vimos uma pessoa estranha caminhando pela rua. Toda desligada, com fones nos ouvidos, perdida de si, lentamente andando pela calçada.
Hoje, essa pessoa sou eu. E Brenda... Brenda está longe de mim.