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Em busca do curso gratuito

sábado, 2 de setembro de 2017
Na aventura de hoje, narraremos como foi minha busca pelo curso gratuito de desenho aqui em Cascavel. O local do acontecido foi no colégio Ideal, mas o resultado não foi tão ideal assim.

É caro pagar um curso gratuito?
Logo do INE - Instituto Nacional de Educação

Pra contar este fato, precisamos voltar alguns dias. Estava eu na Internet e vi em algum lugar do Facebook algo como: cursos grátis em Cascavel. Desconfiei. Não existe comida de graça, assim como também acho que não existem cursos de graça. Mas, mesmo com dois pés atrás, me cadastrei no site indicado. Primeiramente coloquei um número falso na opção Telefone, mas depois corrigi.

Passado um dia, eles me mandaram uma mensagem no WhatsApp dizendo que eu fui selecionado entre as milhares de pessoas que se cadastraram recentemente. Legal. Mas nesta mensagem tinha uma frase que me fez entender as coisas: curso totalmente gratuito, isenção de taxa de matrícula, nada de mensalidades (reparem no nosso grifo maroto), certificado de conclusão free, mas o custo dos materiais pessoais é com você, meu amigo.

Bom, eu mesmo pagar meu material? É justo! O professor ensina, apresenta a matéria e, como complemento do curso, eu compro os materiais necessários.

Porém, minha primeira crítica aí é como o curso é apresentado: Totalmente grátis. Pessoas como eu, que estão desempregadas, ou até jovens que não tem renda própria, são, de certa forma, atraídos por essa propaganda, e posteriormente, se sentem enganados (explico nos próximos parágrafos).

Bom, levantei-me hoje com uma disposição. Fazia tempo que não levantava com um propósito em mente. Peguei o dinheiro da passagem e mais um pouco para algumas coisas. Saí de casa às 8 horas e fui pro terminal de ônibus. Ônibus lotado, pra variar. Assim que cheguei no colégio, fui pra uma sala grande, onde tinham muitas outras pessoas. Estava lotado.

Logo, um moço de 27 anos se apresentou e apresentou o INE - Instituto Nacional de Educação. Após a apresentação, ele explicou como seriam os cursos. Fez uma estimativa dos valores dos cursos  nas escolas profissionalizantes e enfatizou que no INE, todos os cursos são gratuitos. Falou também que teríamos o direito a 4 horas semanais durante 24 meses, podendo fazer até dois cursos simultâneos. E por fim, falou do material. O material custará 99 reais mensais.

De fato, não está caro. Dependendo da situação financeira de muitos, 99 reais pode não ser nada, assim como pode ser muito. Mas o foco aqui é que no momento do cadastro, da apresentação e da inscrição, o tempo todo é enfatizado que o curso todo é gratuito, que não há mensalidades. Porém, a compra do material é obrigatória, você tem sim que pagar mensalmente os 99 reais.

Aí digamos que o espertão aqui dissesse: mas eu só quero fazer o curso, dispenso o material, dou meu jeito. A resposta seria uma negativa, haja vista que a maioria dos cursos oferecidos são feitos por meio de um programa de computador. Dando um exemplo: se o módulo do curso for de Word, um simulador de Word é rodado no computador do aluno e este vai seguindo os passos indicados no programa. O professor, nesse caso, torna-se apenas instrutor, pois cada aluno estará num ritmo próprio, dependendo de seu desempenho. Desse modo, no "material" está incluso a licença de uso do programa. Ou seja, parte do próprio material acaba sendo o próprio curso. Logo, o curso não é grátis.

Para concluir, não estou dizendo aqui que os 99 reais não sejam uma boa aplicação. Conseguir um trabalho hoje está difícil, então quanto mais qualificações você tiver, melhor. Mas a forma como ele é divulgado e a falta de um link com os regulamentos no ato do cadastro induzem muitas pessoas ao erro. O apresentador tem boa oratória, traça paralelos entre outras escolas e acaba até te convencendo de certas coisas. Cursos profissionalizantes são ótimos, mas cursos técnicos têm pontos a mais. Fazer o curso de forma individual por meio desses programas também é interessante, pois o aluno define o seu ritmo de aprendizagem, mas a figura do "professor" é quase deixada de lado, sendo consultado apenas quando o aluno sentir alguma dificuldade.